O carnaval de Macau por Aparício Fernandes
O Carnaval era outra maravilha na Macau do meu tempo. Tão bom que a gente sentia até vontade de chorar na quarta-feira de cinzas. No Carnaval, todo mundo tomava porre de lança-perfume, o que hoje é proibido. Era só botar no lenço e cheirar, que a gente entrava em órbita, como se estivesse voando… Que saudade da coreografia bonita do Clube dos Sabiás, dos Remadores de Zé Bianor, dos Lenhadores e de outros clubes carnavalescos! Na parte da manhã havia o desfile informal dos blocos de “sujos”, o mais famoso dos quais era o Bloco da Ema, que invariavelmente saía com alguém fantasiado de Ema, o Virgílio Dantas, do saxofone, tocando atrás e os foliões cantando:
Olha o passo da Ema, olê-olá,
lá do meu sertão, olê-olá,
todo pássaro canta, olê-olá,
só a Ema não, olê-ola…
p.23 , Macau – canto e amor e saudade; Autor: Aparício Fernandes, 1984
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